sexta-feira, 14 de agosto de 2015

pálpebras de peixes disléxicos coagulam
em ventres feridos
de seres subaquáticos

o plasma, o soro, o sangue
envenenam o leito fossilizado
de conchas onde tu te habituaste a adormecer

algas escorrem lentamente
das gargantas de um passado distante
- um vómito que desafia o paladar doce
da tua boca húmida de sangue

é assim que pressinto os gritos dos corais:
sublimando golpes profundos
de uma ausência em cicatrização

mais te informo:
aquela adaga pertence-me.
o bisturi, reserveio-o para ti
- bem afiado

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