apaixonas-te em vão
aflorando apenas o vértice
incompleto do amor
poderíamos ter sido
o celofane, o mel e o cetim
inigualáveis na
lucidez icónica
da paixão
vejo-te entre mim e o mar
a ensaiar a espuma nocturna
da despedida
entre areias e conchas submersas
naufragam ósculos a motor
- à deriva
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
seres fúnebres desafiam
a luminosidade fluida
do entardecer no final
de um setembro qualquer
rumores de asas debruçam-se
coreograficamente para o sul
enquanto deglutes o veneno arbóreo
num bule tóxico de porcelana
- um chá inquinado
pontualmente servido às cinco
-materialização da morte
com requinte homeopático
a luminosidade fluida
do entardecer no final
de um setembro qualquer
rumores de asas debruçam-se
coreograficamente para o sul
enquanto deglutes o veneno arbóreo
num bule tóxico de porcelana
- um chá inquinado
pontualmente servido às cinco
-materialização da morte
com requinte homeopático
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
pálpebras de peixes disléxicos coagulam
em ventres feridos
de seres subaquáticos
o plasma, o soro, o sangue
envenenam o leito fossilizado
de conchas onde tu te habituaste a adormecer
algas escorrem lentamente
das gargantas de um passado distante
- um vómito que desafia o paladar doce
da tua boca húmida de sangue
é assim que pressinto os gritos dos corais:
sublimando golpes profundos
de uma ausência em cicatrização
mais te informo:
aquela adaga pertence-me.
o bisturi, reserveio-o para ti
- bem afiado
em ventres feridos
de seres subaquáticos
o plasma, o soro, o sangue
envenenam o leito fossilizado
de conchas onde tu te habituaste a adormecer
algas escorrem lentamente
das gargantas de um passado distante
- um vómito que desafia o paladar doce
da tua boca húmida de sangue
é assim que pressinto os gritos dos corais:
sublimando golpes profundos
de uma ausência em cicatrização
mais te informo:
aquela adaga pertence-me.
o bisturi, reserveio-o para ti
- bem afiado
terça-feira, 14 de julho de 2015
rsklnkv1
nos sulcos das mãos edifiquei
memórias de outrora
reservei-te o coaxar das rãs,
o estridor do vento na garganta dos poços,
a lentidão das águas lamacentas
no fim do verão
incendiaste o meu amor
na pele da madrugada
e havia tantos dias para viver
Hoje
com o teu desdém
atiraste-me para as garras da noite
Haverá dias mais cruéis?
memórias de outrora
reservei-te o coaxar das rãs,
o estridor do vento na garganta dos poços,
a lentidão das águas lamacentas
no fim do verão
incendiaste o meu amor
na pele da madrugada
e havia tantos dias para viver
Hoje
com o teu desdém
atiraste-me para as garras da noite
Haverá dias mais cruéis?
quinta-feira, 9 de julho de 2015
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Rsklnkv2
procuro-te incessantemente
na pele das palavras
as mesmas, sempre as mesmas
as que trago comigo desde a infância
- as primeiras
tu, só tu sabes quais são
decifrámo-las juntos no peito da madrugada
de um dia de verão como este
que não terminou
porque não chegaste
procuro-te incessantemente
na pele das palavras
as mesmas, sempre as mesmas
trago-te comigo desde a infância
- os dedos entrelaçados nos teus
e era verão
na pele das palavras
as mesmas, sempre as mesmas
as que trago comigo desde a infância
- as primeiras
tu, só tu sabes quais são
decifrámo-las juntos no peito da madrugada
de um dia de verão como este
que não terminou
porque não chegaste
procuro-te incessantemente
na pele das palavras
as mesmas, sempre as mesmas
trago-te comigo desde a infância
- os dedos entrelaçados nos teus
e era verão
domingo, 28 de junho de 2015
Rsklnkv3
reinventei-te na memória
das aves
afinal sempre exististe
- consagro - te herdeiro permanente
do meu amor
reinvento -te outra vez
e outra, e ainda outra.
serás sempre o mesmo
na memória das aves
esvoaçando...
das aves
afinal sempre exististe
- consagro - te herdeiro permanente
do meu amor
reinvento -te outra vez
e outra, e ainda outra.
serás sempre o mesmo
na memória das aves
esvoaçando...
R4
É pelo silêncio que vou.
Caminho a direito
em desequilíbrio.
Vocalizo a música áspera das abelhas
em agonia
- cânticos profanos de resistência.
É no silêncio que reencontro a mesma luta:
- a última
Caminho a direito
em desequilíbrio.
Vocalizo a música áspera das abelhas
em agonia
- cânticos profanos de resistência.
É no silêncio que reencontro a mesma luta:
- a última
Subscrever:
Mensagens (Atom)