medo
é a cadência sanguinária
do gotejo arterial
na bainha metálica do tendão
rasgado
a malha óssea
que germina
na dor do teu corpo
na latência do pedal
que crava a tua carne
ainda fria
medo
é o silêncio cicatrizado
a nu
um encaixe
imperfeito
e todavia
subsiste
mudo
- seguro na queda
sexta-feira, 21 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
talvez
apenas sei que é
pelo repouso que espero
pelo envelhecer da tua sombra
na minha
ainda incompleta
pelos dedos prolongados
no sonho
espreguiçados nos meus
talvez entrelaçados
numa manhã sem hora
pelo repouso que espero
pelo envelhecer da tua sombra
na minha
ainda incompleta
pelos dedos prolongados
no sonho
espreguiçados nos meus
talvez entrelaçados
numa manhã sem hora
quarta-feira, 19 de março de 2008
sigo-te
reconheces as minhas mãos
no reflexo, no tacto,
e no entanto é pela margem
que trilhas o caminho
quando é na água que te sigo
no mergulho atormentado dos pássaros
no grito vulcânico das pedras
nas línguas espalmadas dos sapos
no assobio desvairado das canas
no verde esquivo dos pés subaquáticos
pela água sigo a margem
sigo-te à margem
até ao mar
no reflexo, no tacto,
e no entanto é pela margem
que trilhas o caminho
quando é na água que te sigo
no mergulho atormentado dos pássaros
no grito vulcânico das pedras
nas línguas espalmadas dos sapos
no assobio desvairado das canas
no verde esquivo dos pés subaquáticos
pela água sigo a margem
sigo-te à margem
até ao mar
Subscrever:
Mensagens (Atom)